[Healthnews] Ana Paula Nunes: “O custo das pandemias”

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[Healthnews] Ana Paula Nunes: “O custo das pandemias”

As pandemias impõem enormes custos humanos e económicos, que têm aumentado ao longo do século XX e XXI. Este artigo da autoria da Professora Ana Paula Nunes, coordenadora da Pós-Graduação em Missões Humanitárias, Catástrofes e Conflitos Enfermagem da Escola Superior de Saúde da Cruz Vermelha Portuguesa de Lisboa, revela que as estratégias atuais de detecção e contenção de zoonoses emergentes são insuficientes. O estudo sublinha a necessidade de uma abordagem de prevenção primária, que se mostra mais eficaz e economicamente vantajosa.

Qualquer pandemia tem inevitavelmente enormes custos em vidas humanas e reais custos económicos, por causas diretas e indiretas, e tem-se verificado que estes dois aspetos têm aumentado de forma consistente ao longo dos séculos XX e XXI. Detetar e conter zoonoses emergentes, tem sido a intervenção de decisores políticos, mas a principal ação tem surgido depois de haver um número significativo de pessoas doentes. Segundo um estudo publicado na revista Science Advances (Bernstein et al., 2022), que analisa os gastos anuais com zoonoses provocadas por vírus e a sua respetiva prevenção, mostra que o que está a ser feito não chega para prevenir novas pandemias, pelo que a estratégia tem que mudar.

Está consistentemente documentado que a passagem de vírus de animais para humanos, é o primeiro e principal risco para o início de uma pandemia e que as pandemias zoonóticas são cada vez mais frequentes e mais caras. Os autores mostram que há diferenças significativas entre fazer verdadeira prevenção primária e intervenções após o início de uma pandemia, principalmente, porque a primeira tem uma visão geral e global de todas as situações que estejam a emergir e a segunda tem o foco unicamente na patologia que deu origem à pandemia. A aposta na prevenção primária e a implementação de políticas de controlo e vigilância de zoonoses, é tão importante, que mesmo que levasse apenas a uma redução de 1% do aparecimento de doenças provocadas por vírus, já seria rentável em termos de gastos económicos.

A importância de se investir mais na verdadeira e efetiva prevenção de zoonoses, reside no facto de que são cada vez mais frequentes, independentemente de terem um aparecimento irregular. Há também cada vez mais surtos, há cada vez menos anos sem surtos, o espaço de tempo entre os surtos é cada vez mais curto e os surtos dissemina-se mais rapidamente e por mais continentes. Como a taxa de emergências pandémicas é constante, isto significa que quanto mais pessoas houver no planeta, mais frequentes serão as pandemias e mais impacto terão num maior número de pessoas.

Leia o artigo completo aqui: https://bit.ly/4cGr93Y

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