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Sabia que uma das complicações mais comuns da diabetes são os problemas nos pés? Que uma em cada quatro pessoas com diabetes (e perda de sensibilidade protetora do pé) irá desenvolver uma úlcera durante a sua vida? Quando uma úlcera ocorre, poderá levar a uma amputação?
A diabetes é uma doença sistémica complexa que se caracteriza por um aumento prolongado da glicose no sangue. A glicose é a nossa principal fonte de energia e provêm dos alimentos ingeridos. Por sua vez, a insulina é uma hormona produzida pelo pâncreas que tem como função a degradação da glicose e permitir que esta seja absorvida pelas células e possa ser usada como energia.
Por vezes, o nosso corpo não produz insulina de forma adequada, levando a que a glicose permaneça em níveis elevados no sangue sem chegar às células. A diabetes pode assim, levar ao desenvolvimento de diversas complicações, a nível macro e microvascular, afetando diversos órgãos-alvo.
A nível do membro inferior, a presença de alterações biomecânicas, neuropatia e/ou doença arterial periférica aumentam o risco de ulceração que poderá levar a amputação do membro. Uma úlcera demora em média 2 a 3 meses a cicatrizar, sendo que 20% culmina em amputação. Um ano após a sua cicatrização, aproximadamente um terço recidivará. A taxa de mortalidade aos 5 anos após uma amputação é de cerca de 50%.
Por tudo isto, as lesões de Pé Diabético são tidas, quer pelos pacientes quer pelos profissionais de Saúde, como uma das complicações mais temidas. Focar na prevenção é crucial para se impedir esta cascata catastrófica.
Os podologistas tem um papel único nesta missão de identificação de pé de risco, na prevenção, tratamento e compensação de alterações dérmicas e biomecânicas, e no aconselhamento dos cuidados a ter com os pés. Quer de forma isolada, no âmbito das clínicas privadas, como integrados nas equipas multidisciplinares existentes, a nível privado ou público, os podologistas têm uma perspetiva única e uma função relevante a desempenhar.
Para evitar problemas graves nos pés que podem resultar na perda de um dedo do pé, pé ou até mesmo da perna, a Direção da Área de Podologia da ESSCVP-Lisboa aconselha que siga as seguintes diretrizes:
Prof. Doutora Matilde Monteiro Soares
Prof. Doutor João Martiniano