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A caminho da 2ª edição da Pós-Graduação em Sono na Infância e Adolescência, que terá início a 11 de março, falámos com Vânia de Oliveira, Médica Interna de Medicina Geral e Familiar e estudante da 1ª edição do curso.
O que a levou a inscrever-se na 1ª Edição da Pós-Graduação em Sono na Infância e Adolescência?
O interesse nesta pós-graduação surgiu diretamente da prática clínica. Este é um tema acerca do qual frequentemente surgem dúvidas, as quais nem sempre sabemos responder da forma mais adequada. É também um tema no qual facilmente identificamos ideias pré-concebidas, enraizadas no subconsciente das famílias, as quais nem sempre correspondem à realidade.
Acresce um sentimento de normalização de situações de desgaste nomeadamente da dinâmica familiar, transmitido não só por parte dos pais, como muitas vezes por parte dos próprios profissionais de saúde, o que dificulta o reconhecimento precoce destas situações. Identico frequentemente todos estes aspetos na minha consulta o que, aliado à falta de formação pré e pós graduada no currículo médico, me levou a inscrever nesta pós-graduação.
Como avalia os conteúdos abordados face à realidade da prática clínica (necessidades das crianças, dúvidas dos pais...)?
Esta pós-graduação mostrou uma mestria imensa naquilo que é o equilibrio entre a base teórica que sustenta toda a nossa atuação enquanto clínicos, e a vertente pragmática de adequação dos conceitos à prática clínica. Os módulos incluíam profissionais de indiscutível renome nas várias áreas de atuação na área do sono – Medicina, Enfermagem, Psicologia, Terapia da Fala, etc. Esta multidisciplinaridade ajudou-me a compreender de uma forma mais holística esta temática, e desse modo a identificar e orientar de uma forma mais adequada estas situações. Estes aspetos permitiram adequar os conteúdos programáticos às dúvidas que surgem diretamente na prática clínica.
Pensando na área do sono da criança e adolescente, que profissional temos hoje, que não tínhamos há 10 meses atrás?
Uma médica certamente mais completa, mais capaz de integrar o conhecimento teórico e prático que adquiriu ao longo dos últimos meses e de complementar a bagagem que já trazia. Mas também uma médica com uma vontade insaciável de aprender, satisfeita com o conhecimento que adquiriu mas assoberbada por aquele que ainda tem para alcançar.
Considera que a Pós-Graduação trouxe ganhos para a população que acompanha no seu dia a dia? Em que sentido?
Sem dúvida. Será certamente feita uma abordagem mais sistemática do sono nas consultas de vigilância de Saúde Infantil, o que possibilitará ganhos na prevenção primária e na identificação precoce destes distúrbios. Também será possível uma orientação mais adequada os problemas identificados, mediante as particularidades de cada doente e de cada família.
Recomendaria esta Pós-Graduação a médicos, enfermeiros, psicólogos, professores e outros profissionais de saúde e de educação? Por que razão?
Com toda a certeza. Tive oportunidade de participar numa edição que integrava alunos com diferentes profissões de base, o que se revelou extremamente enriquecedor na medida em que partilhamos experiências do dia-a-dia, na ótica de cada profissional. Foi possível reconhecer os ganhos que cada um deles sentiu a nível individual, muito à custa da capacidade do leque de formadores na adequação das suas exposições a toda esta variedade de profissionais