Crónica de Bárbara Rodrigues, Finalista de Enfermagem

 

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"Quatro anos de muita luta, esforço, horas de sono perdidas, quatro anos intensos de sorrisos, lagrimas, de conquistas, quatro anos em que criamos amizades e memórias, que acredito que serão para a vida."

 

Há quatro anos lembro-me de chegar à faculdade cheia de medos, receios e inseguranças, recebida pelas praxes barulhentas e fascinada com tudo o que era o ensino superior. Olhava para os finalistas e pensava que daqui a uns tempos seria eu e os meus colegas.

 

Este ano somos nós os FINALISTAS, começamos o ano letivo entusiasmados, ansiosos e já com a nostalgia de que tudo ia acabar. Foram quatro anos de muita luta, esforço, horas de sono perdidas, quatro anos intensos de sorrisos, lágrimas, de conquistas, quatro anos em que criamos amizades e memórias, que acredito que serão para a vida. Sonhávamos com uma bênção das fitas rodeados pelos que mais amamos, pelos que sempre nos apoiaram e sempre nos apoiarão e de repente, sem aviso prévio, tudo isso nos foi retirado.

 

Os estágios que tanto apreciamos e pelos quais tanto esperamos foram-nos roubados pelo um vírus que tem roubado tanta coisa a tanta gente. A nós roubou-nos o gosto e a sensação de ser finalista, as minhas fitas permaneceram na lata até há pouco tempo, porque parece que nem faz sentido distribuí-las por quem gosto, parece que em setembro estaremos todos novamente reunidos naquela que foi a nossa casa por 4 anos, e voltaremos a discutir sobre a distribuição dos locais de estágio. Mas isso não passa mais de uma lembrança que todos guardaremos no coração.

 

Hoje estamos em casa, desde de Março que aqui estamos, não nos abraçamos não partilhamos aquelas gargalhadas que fazem doer a barriga, pelo menos não no mesmo espaço físico, tentamos ao máximo preservar as nossas relações através dos meios de comunicação que temos, mas não é a mesma coisa. Nós, os futuros enfermeiros, que valorizamos o toque, o estar presente, o conforto da companhia uns dos outros, deparamo-nos com uma realidade diferente, à qual tentamos numa luta constante adaptarmo-nos.

 

Idealizámos um final de curso e um início de vida profissional, que em nada se parece com o que vamos encontrar. Entrámos na faculdade com uma mistura de sentimentos e julgo que sairemos dela com uma mistura ainda maior, o medo do desconhecido, o medo da mudança, a tristeza da despedida, a felicidade de mais uma etapa das nossas vidas concluída, a nostalgia de deixarmos uma casa que nos abrigou durante quatro anos, sim porque muitos de nós passavam mais tempo na faculdade do que na nossa própria casa, e a sensação de incerteza do que será o nosso futuro.

 

É ingrato não nos podermos despedir em condições de tudo e todos que fizeram parte destes 4 anos de luta, mas acredito que para a grande maioria de nós esta despedida não é um adeus, mas sim um até já a esta escola que nos formou com a excelência por que é conhecida. Aos professores que para além de nos ensinarem a ser bons enfermeiros nos ensinaram a ser melhores pessoas. E a toda a equipa que forma a ESSCVP e lhe deu as ferramentas para que nós tirássemos o melhor proveito dela.

 

Somos FINALISTAS sem o ser, conseguimos ter uma bênção, mas que em nada se compara com a que sonhamos. Levaremos sempre connosco o lema da nossa escola gravado no coração, “A escola que é uma lição de vida”, e que grande lição foi a que a vida nos deu.

 

Bárbara Rodrigues

Finalista no Curso de Licenciatura em Enfermagem

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